Em 2001-2002, o imaginário de alguns painéis rupestres de Horseshoe Canyon, encantou-nos com suas figuras estáticas, verticalizadas, flutuando num espaço ilusório. Nenhuma cena de caça, nenhum movimento, são como fantasmas. São figuras quase espiritualizadas.
A série de pinturas "Fly" surge desse contato e de uma pesquisa no Mestrado, na disciplina Semiótica da Cultura quando usamos um desenho de Arlindo Daibert-MG, para estabelecer uma relação com os "carrot men"- homens cenouras, como são chamados os personagens representados nessas paredes.
Canyonlands National Park's
Horseshoe Canyon
Veja o painel em
http://i22.photobucket.com/albums/b308/tyler_root/GreatGalleryPanel.jpg
http://www.nationalparklover.com/canyonlands04.htm
Desenho: espelhos temporais
Texto extraído de parte da monografia apresentada à disciplina Semiótica da Cultura . 2001
Texto extraído de parte da monografia apresentada à disciplina Semiótica da Cultura . 2001
Trata-se de um painel denominado Barrier Canyon Style, localizado em Canyonlands National Park em Utah, na América do Norte e cujos desenhos pertencem a um período que vai aproximadamente de 1900 AC a 10 DC. Nos exemplos vistos, a mão primitiva modela corpos em uma cenografia quase imaterial, num movimento ritmado pelas figuras, inseridas no cenário-superfície da pedra. São desenhos primitivos da América do Norte, percursos feitos por mãos rudimentares e que nos fazem ver imagens de uma coletividade e determinam um período da história dos povos norte americanos. Na primeira visão que tivemos desse painel, sentimo-nos atraídos e intrigados com a atitude desses corpos que se repetem ao longo da parede de pedra.
O termo "Barrier Style "foi cunhado por Polly Shaafsma na sua publicação "The Rock Art of Utah" em 1971, baseando-se a definição do estilo em observação de 18 sítios separados, sendo este o mais notável e cuja localização fica ao longo do córrego Barrier em Horseshoe Canyon.
Estes desenhos de Barrier Canyon se diferem de outras manifestações gráficas pré-históricas, onde comumente vêm-se cenas de caça e lutas, mostrando-nos um cenário composto por seres que figurativizam em sua postura, um sentido espiritualizado, uma espécie de estado meditativo.
O termo "Barrier Style "foi cunhado por Polly Shaafsma na sua publicação "The Rock Art of Utah" em 1971, baseando-se a definição do estilo em observação de 18 sítios separados, sendo este o mais notável e cuja localização fica ao longo do córrego Barrier em Horseshoe Canyon.
Estes desenhos de Barrier Canyon se diferem de outras manifestações gráficas pré-históricas, onde comumente vêm-se cenas de caça e lutas, mostrando-nos um cenário composto por seres que figurativizam em sua postura, um sentido espiritualizado, uma espécie de estado meditativo.
Estabelecer um paralelo entre os traços culturais dessa linguagem de desenhos primitivos e obras modernas e/oucontemporâneas, era o objetivo da pesquisa em Semiótica da Cultura e então selecionamos um detalhe do painel de Barrier Canyon que encontra grande similaridade na estrutura de uma obra de Arlindo Daibert, artista plástico mineiro, datada de 1986. O tratamento dado ao desenho de Arlindo também evoca um certo impulso "primitivo" nos traços, nas incisões que faz tanto nas figuras como no fundo, uma linha construída pelo atrito de gestos impulsivos e contínuos, e que caracteriza um fazer próprio do Desenho.
A série "Fly"
algumas pinturas da série, em acrílica sobre linho
algumas pinturas da série, em acrílica sobre linho
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